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Comitê da Bacia do São Francisco cria parcerias para replantar margens
Projeto prevê investimentos para ampliação de viveiro que fornece mudas de espécies endêmicas para replantio em locais estratégicos do “Velho Chico”.   Uma parceria entre o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), a Agência Peixe Vivo, o Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF) e Prefeitura de Patos de Minas (MG) vai triplicar a produção de mudas destinadas à recuperação do “Velho Chico”. O viveiro, localizado em Patos de Minas, vai passar por reforma ganhando uma capacidade muito maior de produção. O projeto, encabeçado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, finalmente vai ser colocado em prática. Depois de oito anos de trabalho, foi assinado no final de julho um Termo de Cooperação Técnica entre as quatro entidades. O viveiro, que pertencente ao IEF, vai ganhar força com investimentos do CBHSF, com recursos da Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos e gerenciados pela Agência Peixe Vivo. Intitulado “Plantando árvores, produzindo água, vamos matar a sede dos nossos rios”, o projeto vai favorecer a recuperação de matas ciliares, nascentes, áreas degradadas, recarga hídrica e programas de educação ambiental para as comunidades rurais, visando à conservação do solo e, consequentemente, à produção de água. De acordo com Wilson José da Silva, membro do CBHSF e autor do projeto, “temos que manter a água dentro dos cursos d’água. Para isso temos que reflorestar. Estamos investindo R$6 mi para manter o projeto pelo menos nos primeiros cinco anos, tendo possibilidade de dobrar a produção de mudas de acordo com a demanda”. O viveiro produz uma variedade de 491 espécies do cerrado. Hoje, a produção é de 200 mil mudas/ano e a expectativa é que aumente para 700 mil/ano.  Espera-se, com essa cooperação, recuperar aproximadamente 750 hectares de áreas onde a revitalização é necessária e estrategicamente importante para a melhoria da oferta hídrica. Viveiro  O viveiro localiza-se em terreno cedido pela prefeitura de Patos de Minas e possui uma área de 2,2 hectares. Produz 491 espécies nativas do Cerrado, além de plantas ornamentais para áreas urbanas. Qualquer pessoa pode adquirir mudas gratuitamente no viveiro. O endereço do viveiro é Rodovia MGT – 354, Km 177 – Fazenda Canavial, Patos de Minas. Projeto do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco reúne várias entidades em favor da revitalização do “Velho Chico”. As mudas serão plantadas em locais degradados do Rio.    
Bacia do Rio Doce terá nova rede de monitoramento
A bacia hidrográfica do Rio Doce ganhou uma nova rede de monitoramento da qualidade da água. O programa vai acompanhar a recuperação do rio, da zona costeira e da região do estuário, além de apontar fatores relacionados à biodiversidade e presença de metais na água, por exemplo. O rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), em 5 de novembro de 2015, causou um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil e deixou pelo menos 11 mortos, 12 desaparecidos e mais de 600 desabrigados. Os 62 milhões de metros cúbicos de lama despejados morro abaixo – que poderiam encher 25 mil piscinas olímpicas -  percorreram um trajeto de mais de 500 quilômetros pelo leito do rio Doce, desaguando no mar do Espírito Santo e causando destruição por onde passou. Passado mais de um ano e meio do desastre, e com as águas do Rio Doce bastante comprometidas, a bacia hidrológica ganha 56 pontos de monitoramento: 35 em Minas Gerais e 21 no Espírito Santo. Os dados desse programa vão começar a ser divulgados a partir de novembro. Depois disso cada tipo de análise terá uma periodicidade específica de divulgação. Serão investidos nesse programa R$ 4,4 milhões somente na instalação das estações. Além disso, outros R$ 2 milhões anuais serão aplicados na operação e manutenção dos equipamentos. Os custos são de responsabilidade da Fundação Renova, que executa as ações de reparações de danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. As análises vão poder apontar se as ações de reparação de danos ambientais estão surtindo efeito. Segundo o especialista de recursos hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA) e coordenador da Rede Nacional de Monitoramento de Qualidade de Água, Maurrem Vieira, poucos países no mundo possuem o tipo de monitoramento implantado no Rio Doce. O “Programa de Monitoramento Quali-Quantitativo Sistemático de Água e Sedimentos” vai ajudar, entre outras coisas, a direcionar ações de recuperação, resgate e preservação de acordo com as necessidades das pessoas, da região e do Rio. Rio Doce recebeu milhões de metros cúbicos de lama de minério provenientes de barragem da mineradora Samarco que se rompeu contaminando todo o leito do Rio. Este foi o maior desastre ambiental do Brasil.